Alimentos ultraprocessados são responsáveis por 57 mil mortes prematuras por ano no Brasil
O pesquisador do OBHA, Eduardo Nilson, publicou os resultados de um estudo inédito que estima as mortes prematuras atribuíveis ao consumo de alimentos ultraprocessados no Brasil, no American Journal of Preventive Medicine. Alimentos ultraprocessados são produtos e formulações industriais feitas com ingredientes extraídos de alimentos ou feitos em laboratório, que têm gradualmente substituído os alimentos frescos e minimamente processados que são a base da dieta tradicional brasileira.
Foi estimado que, em 2019, aproximadamente mais de 10% das mortes entre pessoas de 30 a 69 anos de idade (57 mil mortes) foram causados pelo consumo de alimentos ultraprocessados. Esse número também corresponde a 21,8% das mortes prematuras por doenças crônicas não-transmissíveis preveníveis. Se o consumo desses produtos fosse reduzido ao que a população consumia há uma década, 21% dessas mortes seriam evitadas. Reduções entre 10% e 50% no consumo de ultraprocessados poderiam reduzir de 5.900 a 29.300 mortes por ano.
Os dados apontam a necessidade de políticas com múltiplos componentes que promovam escolhas alimentares saudáveis, reduzindo o consumo de alimentos ultraprocessados e aumentando o consumo de alimentos frescos e minimamente processados. Entre as estratégias necessárias, estão políticas regulatórias e fiscais, mudanças nos sistemas e entornos alimentares, fortalecimento da implementação do Guia Alimentar para a População Brasileira e investimentos em ações educativas para a população.